terça-feira, 8 de junho de 2010

Cena Fragmentada

Mas Maporã não sabia que havia ficado um sobrevivente da tribo naquela época.
Foi um pacu guerreiro da época que sobrevivera. No momento da guerra, ele havia levado tiros em algumas partes do corpo e desmaiou.
Ao acordar machucado não sabia o que havia acontecido, sua tribo chamada Pocá havia sido totalmente destruída.
Ele não sabia quem havia ganhado naquela batalha, haviam muitas pessoas mortas pelo chão. Não dava para saber se alguém havia sobrevivido, nem mesmo Maporã.
Ele fora o único sobrevivente.
Sentia falta de tudo, da tribo, de sua família, de seus ancestrais. Não existia mais nada.
Esse pacu chamado Chamã!
Recebeu a benção de Tupã, para a reconstrução da tribo.
Resolveu começar tudo de novo. Convidou guerreiros e nanjas de outras tribos. Para construir tudo de novo.
E assim começou o nascimento de um novo povo. Os Tucuiamãs. Nossa tribo.
Passado tempos, num dia comum de pesca Chamã estava á beira do mar, sozinho.
Quando sentiu algo se aproximar, um cheiro de flor pairava pelo ar. Uma brisa leve tocava-lhe a face.
Chamã não estava com medo.
Tremeu mesmo quando olhou para o que se aproximava, quase não acreditou.
Mas era ela sim, era ela.
Era * Maporã. A pessoa que traiu toda tribo. Que foi enganada pelos os homens brancos e destruiu toda a tribo. Mas desde a guerra não sabia mais o que acontecera com ela.
Achava que ela havia sobrevivido.
Mas no que ela havia se transformado?
Não parecia ser mais alguém desse mundo. Seu corpo tinha uma estrutura desconhecida, tinha uma pele branca como nuvem.
Mas suas feições eram as mesmas. Tinha o mesmo rosto fino e afilado de guerreira.
Parecia chorar. Chamã estava com medo. Mas ainda ouviu quando ela sussurrou em lágrimas:
- Me perdoa *?

Ela tentou se aproximar, mas Chamã ficara assustado e saíra correndo nos meio da mata.
Ao chegar à tribo, Chamã tratou logo de entrar em contato com Tupã, queria saber o que ele tivera feito com Maporã
E para sua surpresa, ele ficara sabendo que Tupã havia transformado Maporã em uma maldição pela sua traição, e que agora só serviria para proteger a natureza, para guardar um valioso segredo e o tesouro das terras dos homens brancos.
Disse também que o único quebramento da maldição, é quando um guerreiro forte e valente viesse até ela, e pedisse a honra do seu segredo.
No mesmo momento seria quebrada a maldição, e Maporã estaria livre para descansar e ser sacrificada.

Como assim sacrificada: Perguntou Chamã?

Tupã não disse mais detalhes.
Apenas disse que ela tivera o que merecia.

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